quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Os Melhores Dias Dos Meus Últimos Miseráveis Anos

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
imagem - Yannick Corboz

Paixão, essa palavra tem um peso e um significado muito forte na minha vida. Seria justo aprender morrer se não houvesse esse meu se apegar na paixão, em mim, talvez o proposito mor da minha existência, do viver, do meu viver. Vivo para me apaixonar, me apaixono para viver, vivo então para escrever sobre, descrever sobre a plenitude em que uma intensa paixão me exalta, inflama minha alma. É um egoismo motivante, onde somente eu sei o que é internamente, por meio de todas as formas sensoriais escritas, eu tento transmitir em algumas manifestações perceptivelmente emocionais, na maioria das vezes até me fazendo exalar o entusiasmo, recorrente de ser invejado, pouco importa, é meu compromisso, meu dever, seria uma luta, causa perdida relutar comigo mesmo, me acometendo de pré julgamentos alheios.
Meu tempo se estagna apaixonado, e o mundo se transforma em paisagem, detalhes, focos, descrições, pontos e contrapontos. A arte é tão mais arte, a sensibilidade é tão mais sensível  o desejo é tão mais quisto, e o impeto mais voraz. 24 horas  é pouco pra um dia, na atual conjuntura, estou nos melhores dias dos meus últimos miseráveis anos, e por toda dor que recém passei e que passo ate o momento, é compensada pela maravilha instigante, pela motivação obstinada que a paixão me causa! A paixão o melhor capitulo da minha historia o grande ápice da minha tragedia, que aplaudo internamente, em pé, emocionado gritando: BRAVO, BRAVO, BRAVÍSSIMO.

Artur César
27/02/2013
21:51

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Fragmentos Memoráveis V

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Imagem - colwyn thomas; nude

Não há tempo que não finde um medo,
nem minutos previstos, contados 
para o fim de um desejo

Nem mesmo a raiva quebrada
pelo encanto do dito: te amo;
estancaria o pranto, agora de felicidade

É mutuo o querer resolver, porque
as horas passam rápidas, 
pra gente se dar o luxo de perder

A razão se perde fácil,
sensibilizados pelo nosso prazer inato, 
despindo as magoas, porque nas mãos,
é que a vontade fala...

A vontade fala...
o corpo canta
do desejo, bebe
o tesão inflama
ardendo a cama

Somos, do inferno ao paraíso, 
similar nesse nosso sobe e desce,
vulneráveis em entrega,
hora eu solto, logo você me pega

vem o ápice, e nada mais é dito,
inexplicável... agora...
existe somente os sentidos...

Desgrudados, você para um lado,
eu, oposto, jogado, sorrindo,
e mais um problema nosso resolvido.

Artur César
21/02/2013
20:22


Fragmentos Memoráveis I
Fragmentos Memoráveis II
Fragmentos Memoráveis III
Fragmentos Memoráveis IV

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Conto De Saudade

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Dedicado a Melissa Shütz, inspiração, e razão desse escrito, obrigado por tudo que você já representa!

Ele tinha feito as malas no dia anterior,  já tinha deixado tudo pronto, só não sabia se seu coração estava pronto para tanta ansiedade que o tomava e o impedira de dormir um sono tranquilo, uma mistura de felicidade e angustia, pelas horas que se arrastavam para seguir o caminho que o levaria a sorrir e sentir suas velhas emoções, todas de volta, talvez mais fortes e renovadas.

Depois de limpar a casa, nem tinha se dado conta de que ainda pretendia ir ao mercado, buscar o que faltava para preparo do prato que tinha em mente que dedicaria a ele, imaginou, que as horas em que ele ficaria esperando o voo no aeroporto,  somado ao tempo de viagem ate sua cidade, o deixaria com fome. Perdida em lembranças de conversas pelo telefone, se arrumava para as compras com um sorriso no rosto, tomada  por excitação que só a confirmação da emissão da passagem poderia justificar, iria vê-lo, matar a saudade dos beijos e do corpo que acreditava que a pertenciam por direito, se lixando para possessão, era dela, assim como o seu ser e toda sua entrega, pertenciam a ele, uma troca mutua, acima de tudo justa, em sua visão agora de enamorada.

As razões para deixar a cidade naquela semana, para ele, eram claras e significativas; a estava amando perdidamente, com uma forte convicção de que já era tortura demais os dias que já tinha passado sem o brilho dos olhos daquela mulher, sem o sorriso, que vencia qualquer relutância de sua razão, para abandonar essa paixão, que tomava proporções descontroladas em seu ser. Por impulso impensado, comprara as passagens, e lembrou, que seu desejo era fazer uma surpresa, desembarcando no aeroporto de sua cidade e ligando para ela, pedindo que viesse busca-lo, mas achou mais prudente, avisar, mesmo sabendo que pelo telefone, ambos encheriam de lagrimas seus olhos, e inundando de alegria o peito, que ate então era tomado apenas pela esperança e agonia das horas, e dias de espera.

Tudo já estava pronto, chegou meia hora antes, do desembarque previsto, só faltava ele. Tentava controlar sua emoção, mas a cada grupo que desembarcava, procurava em meio aos rostos desconhecidos, aquele seu tão familiar e adorado, que também estaria perdido, procurando o dela.
O Voo foi tranquilo, já estava anoitecendo, e a teria em seus braços em poucos minutos, fechou os olhos e sorriu, um sorriso de "finalmente". Caminhando, firmava cada vez mais em seus pensamentos, e em seu coração que a sua alma, não era mais sua, queria viver por ela, respirar pelo amor dela, dedicar seu mundo a ela, e que assim seria um homem mais feliz, a toda extensão da palavra, não importando o tempo, o tempo agora poderia se arrastar lentamente pela eternidade, ambos já não se importavam mais.

A viu ao longe, linda, com os cabelos soltos, se esforçando para olhar por cima dos ombros alheios, nas  pontas dos pés. Veio caminhando lento em sua direção, até que ela o viu sorrindo, a primeira gota rolava pelo seu rosto neste exato momento, mas agora era de alegria, como quem sufoca a saudade pérfida, com lagrimas de felicidade, enfim, não estava mais sozinha. Ele a abraçou tão forte, ao mesmo tempo que ela o grudara para nunca mais largar; ele disse com uma voz rouca :”Não chore, cheguei, o teu amor me trouxe de volta até aqui, chega de saudade.” Dois corações batendo frente a frente, aliviados e uma noite pela frente carregada de carinhos voluptuosos e impetuosos, onde a saudade não tinha mais vez e o amor vencia, imperava mais uma vez.

Artur César
06/02/2013
18:40


                                                       Chega De Saudade - João Gilberto
 
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