terça-feira, 25 de março de 2014
Dona de mim
se a vida quis assim
fazendo meus caminhos trilharem até ti.
Vício irremediável, inebriando de paixão,
amando cada segundo dessa nova sensação,
que transforma admiração em desejo, fácil tesão.
Tu me possui de inúmeras formas,
é aquela que seduz o poeta,
e liberta o devasso para a sina
de cometer os mais lúdicos pecados.
Extensão de mim,
começo, meio e fim...
Juntos somos os melhores, com nossas
expectativas alinhadas a realidade de um
futuro até então nunca pensado, em grande
escala, no agora, nosso amor é plantado.
Luxuria, a volúpia o intenso, indefesos,
sempre em pele no passeio sacana das mãos,
no entendimento mutuo, de que coisas belas
são as que menos clamam por atenção.
Artur César
26/03/2014
00:34
quarta-feira, 19 de março de 2014
Encontrar alguém para se completar,
achando que sem mais ninguém
nenhum passo se pode dar.
Uma ilusão cretina, uma muleta embutida,
não se chega a nenhuma solidão acompanhado,
é costume culpar os outros, quem se sente machucado.
Mirar o lado errado de uma história,
é sempre o mais digno de pena,
é sempre onde encontram-se as perdas.
Mirar o lado certo dos fatos,
é mais estreita a saída, sempre gritando
que, a dádiva, a vida, é tão indigna.
Em nenhum espelho nunca enxergamos
nos mesmos,apenas vemos o que queremos.
Os defeitos, sempre tão perfeitos.
As virtudes, ignoradas em um canto imundo e escuro.
E nunca se curva para a vida por ser abençoado,
e sim somente para recolher os cacos.
Quando perto, desejamos ir mais longe,
é no longe percebe-se que já esteve perto,
e então resignado, se faz a volta, o amargo regresso.
Artur César
11/01/2013
13:04
segunda-feira, 10 de março de 2014
Um querer ser inexistente,
vitima da servidão voluntária,
simpatizante mórbido do desespero,
anestesiado com ínfimas,
porém suficientes doses de normalidade,
Sempre pronto para o próximo
e próximo desejo onde,
o lado de fora muito importa,
já dentro o que se é,
apenas nubladas visões.
Sonhos não determinam o futuro,
o que rege são as incertezas
de que os ventos de lá
possam derrubar todos os
segredos do repetitivo destino.
O presente que segue
sem previsões,
é uma constante que cintila no lago
profundo e tranquilo do ser...
A certeza de que o preço da existência,
resultado dos implementos necessários,
dissolveram-se na inexistência e na densidade
de um amargo passado.
Artur César
10/03/2014
15:11