quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Muito Tempo Pra Pouco Acontecimento. (Verdade Chinesa)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Ando numa fase sem grandes acontecimentos de verdade, no trabalho, na vida social na amorosa então, um completo desastre como a dois anos e meio mais ou menos (mas isso é um post futuro se estiver afim de escrever sobre isso). Mas essa fase, se da a situação em que me encontro, ferido como "atleta", com o orgulho futebolístico mais ferido ainda  pelo lance que precedeu  meu desligamento, do joelho e das quadras, ter batido na trave e nem ter entrado pro gol, sim, foi frustrante não ter marcado aquele gol, que por hora penso que foi minha ultima atuação como jogador, pode me achar um idiota se quiserem, que diante de um fato de não poder andar dignamente a meses, eu reclamar que não consegui ajudar o meu time doando ate os ligamentos do meu joelho para aquela partida. Mas eu acredito que ate o Ronaldo fenômeno gostaria de ter mandado a bola pra rede antes de ter fudido o joelho duas vezes, a incerteza do golaço é que algumas vezes perpetua em nossas mentes, Ronaldo compreendo, a frustração e até a dor física, mas são lances da vida, fazer o que? 
Lances da vida como qualquer outro, como por exemplo poderia ter acontecido comigo andando despretensiosamente na rua, ou no bar com os amigos, mas isso não vem ao caso porque isso pode parecer destino, e prefiro pensar mesmo que foi um aviso. Aviso pra que eu desse um tempo em algo, e pra largarmos um habito é preciso tempo, e com o problema desses (que necessitou uma cirurgia, e uma pós-cirurgia doloridissima) tempo é o que mais tenho de sobra, devido a recuperação lenta. Coisa que me queixava antes, tempo de não por em dia minha leitura, acumulada em pilhas de livros meio lidos e de revistas de filosofia jogadas na estante, tempo de não escrever de quando inspirado, era justamente onde eu não tinha papel nem caneta ou nenhum computador por perto; de ouvir os quase 30 gigas de jazz no meu playlist (que infelizmente meu  hd externo bixou e continuo sem poder ouvir meu "pequeno" acervo de jazzistico, oh derrota, como diria um amigo meu).
Mas a queixa agora é outra, muito tempo pra pouco acontecimento. O que me faz pensar que não existe uma satisfação que me deixaria alegre num todo, pois eu quero poder ler horas,  mas quero ter preguiça as vezes; quero poder escrever e preferir não fazer porque está passando as últimas contagens de mortos no conflito la na Líbia (uma coisa de fato importante pra se deixar de escrever affff so eu mesmo, tsc tsc); de ouvir meu jazz relaxante e gostoso, e as vezes quando quero fazer isso, quero também irritar o meu cachorro, me irritando junto com os latidos que tantas vezes acho insuportáveis, e que por hora acho legal "brincar" com bichinho, até a hora que ele me morde, ai perde a graça me fazendo ficar de mal daquele viadinho, enfim.


Mas me pergunto se existe um denominador comum para as nossas  vontades tolas, junto com a nossa necessidade de se auto cobrar produtivamente, existe mesmo esse equilíbrio entre fazer algo inútil e produzir algo interessante que te deixe orgulhoso, se existe, onde fica? por que é difícil seguir a linha ténue quase invisível que nos aborrece se estamos nos levando a serio de mais ou de menos? bom sei la não tenho essa resposta pra você, porque não tenho nem pra mim, mas é confortante saber que na história, não só nos, os simples mortais oscilamos com isso, como por exemplo, posso dar por hora, o do filme Amadeus, em que o gênio Mozart além de escrever verdadeiras obras primas pra humanidade, perdia também parte do seu tempo correndo atras de mulheres pra lhe fazer cocegas, isso é so o que eu lembro por hora de uma inutilidade, que um gênio aparentemente fazia. nem sei de verdade Mozart fora esse fanfarão como diz o filme, nunca li a sua biografia, mas é uma forma confortante de se pensar, que ate mesmo um  imortal, um gênio  se distrai com bobagens e frivolidades, vai saber se é dali que vinham suas inspirações que mudaram o mundo, mas é um fato, ele produzia!


Escrevendo sobre isso me veio aquela musica do Emílio Santiago, Verdade Chinesa
que em uma parte ele diz:
 "...
Muita coisa a gente faz
Seguindo o caminho
Que o mundo traçou
Seguindo a cartilha
Que alguém ensinou
Seguindo a receita
Da vida normal...

Mas o que é
Vida afinal?
Será que é fazer
O que o mestre mandou?
É comer o pão
Que o diabo amassou?
Perdendo da vida
O que tem de melhor..."

canta ai pra eles Emilio diz o que de verdade a gente tem no coração

7 comentários:

muriel disse...

me liga qdo achar respostas pra todas esas perguntas??? rsrsrsr

Artur César disse...

te ligo depois que receber o meu Nobel, por essas questões kkkkkkkkkkkkkkkkk

Luna Sanchez disse...

Se ao menos a bola tivesse entrado, né?

=\

"Dá um tempo que a tristeza vai passar..."

Lívia Azzi disse...

Dostoiévski, perdia seu tempo e muitas vezes seu dinheiro, nos jogos da Roleta, até escreveu isso em seu romance: “O jogador”. Precisamos desses momentos de “perder tempo” para dar sentido a vida, para que ela não seja tão facultativa. E ler, é uma das melhores coisas que podemos fazer em nosso tempo livre. Muitas vezes, os livros conferem mais intensidade de vida do que muitos acontecimentos reais. Não subestimemos nunca o esplendor da ficção, é o que nos permite respirar novos ares quando este parece nos faltar.

Artur César disse...

engraçado vc falar isso, sou virgem em Dostoiévski, comprei a algum tempo exatamente esse livro "O jogador"... e sei que ja esta na hora de dar uma folga pros alemães, principalmente pros franceses, e começar a ler os russos. tenho uma lista enorme, a acabando o Lobo Da Estepe, O Jogador é que vou ler.

Lívia Azzi disse...

Legal, Artur!

É um livro curtinho, mas de leitura gostosa. Depois de Dostoievski, leia Nabokov também!

Uma coisa: quando escrevi que a vida não seja tão "facultativa" usei a palavra no sentido de "séria". Fiz isso por causa do Kundera: "se uma coisa obrigatória é uma coisa não séria (que se presta ao riso), o sério é sem dúvida aquilo que é facultativo".

Quando estiver no "Jogador" falamos mais sobre o livro.

Artur César disse...

Vou ler com certeza. Eu entendi vc ter usado o termo "facultativa" exatamente nesse sentido. Um ponto bom pra se dar um tempo no que levamos tão a serio, é quando as ideias começam a dar um nó... ai as distrações se mostram tão importante quanto as faculdades de que se ocupa! pra se começar tudo de novo, muitas vezes enxergando de um outro ponto! boa boa boa Kundera!!
sim falaremos sim, vou adorar suas opiniões sobre algo lido. alias algumas pessoas curtiam seu blog e seu post no meu mural do facebook!

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