imagem: domination - Yuta Onoda
Espectador da minha própria peça,
Platéia de um só, trágica minha comédia,
Petrificado ate o fim do ultimo ato.
Os risos já não possuem o encanto artificial,
fazendo vil quase todo sentido da minha arte,
a minha fonte finita de consolo, meu refugio pro mal.
Em cenas antes vistas que me comovem.
A primeira gota rola, precedendo outras,
na dor, vou me engasgando nas falas,
soluçadas e impensadas, me esgotando na alma.
Arruinando meu ultimo papel com desprezo,
desejando a morte solitária na coxia da vida,
onde no improviso, o “personagem” nunca
viveu, que ao tocar a vida, a vida estragou, morreu.
Diluindo romances nos dramas, almejando
meus próprios aplausos, o retrato do peso
da minha vergonha enfadonha, para os créditos
de um diretor ruim, cruel pra mim!
21/03/2012 11:31 am