imagem - Charles Vess
Veste negro, o luto da minha dor,
onde definhado, em dois passos,
se torna ira, o que era amor.
Escritor de madrugada,
recito meus escritos malogrados,
todos regados a duplas doses
e os efeitos de um álcool forte.
Nem sei por onde deixei o muito
de mim por ai nesses últimos dias,
inebriado pela ilusão, difícil saber
por onde andei, mas sei onde parei.
Realidade intrínseca, densa como chumbo
nociva, a toda fantasia, transformando
lindos sonhos, em meros absurdos,
refletindo como espelhos, o que não queremos.
Para meu abril não passar em branco...
teço tortas linhas com meu lápis empunho
descrevendo sempre, a trama,
o drama, o difuso...
... Como na vida,
continuo errando, sorrindo, errando,
aprendendo mas errando,
tentando, tentando, tentando.
Artur César
30/04/2013
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