terça-feira, 27 de setembro de 2011

Legado

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Quando voltei a escrever, esse poema foi um dos primeiros que saiu!
tenho uma vontade de musicar ele, de mostrar pra um amigo de uma banda famosa que também faz letras, mais ou menos nesse sentido!
Assim como muitos que escrevo me veio como um devaneio, de algo que já vivi, e dessa experiencia me dei esse presente!
Friedrich, Caspar David - O viandante sobre um mar de névoa

Dos propósitos aos remorsos,
dos erros aos desejos,
na esperança do prazer
querendo mais do que a
vida pode oferecer.

O amanha vem, o que você
vai fazer para o seu bem?
apostar no presente, que mal tem ?

O querer que entorpece,
quando na luxuria se perde,
rumo de uma estrada que enlouquece
o norte vira sul, e o leste oeste,
caminhos que antes
já foram parar muitos outros errantes.

Marcado por impulso impensado,
que no futuro foge
para não repetir o passado,
o infame de ontem
que hoje pode ser apagado,
trilhando um novo começo,
seu novo legado.

(Artur César) 03/10/2010 5:37 am




ps: essa pintura de Friedrich, Gaspar - O Viandante... é uma das minhas preferidas !

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dos (Des)Encontros!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

imagem: Carne Griffiths


Em (des)encontros colhemos tantos contos, e quão bom são os contos, contados com o peito carregado de euforias ou de (des)esperanças, perdendo o olhar pelo horizonte, a onde a aventura que se foi, ou que poderia ter sido, dissipou-se! Por fim, mais passos avante, na busca incessante, do que mesmo? Só adiante pra descobrir!



Foram tantas ligações...
ligações sem sinal,
premeditando bem o nosso final,
eu dizendo, "tudo bem"
e você me dizendo, "isso é tão normal".

Quantos recados em
papeis deixados,
agendando encontros,
colhendo desencontros,
não deixando rastros de nós,
não deixando contos de nós.


Nossa vida juntos,
foi uma sucessão de 'agoras'
sem planos, sem sonhos, 
tudo fora, improvisando sempre,
quase em cima da hora.

Aqueles recados ignorados,
amassados, rasgados, hoje
estão como nossos sentimentos,
que já não podem ser mais colados.
Momentos felizes, já fazem parte do passado.

Culpas cobertas por um tapete,
vivemos os remorsos de tantas
(des)esperanças e sonhos possíveis,
desencontrados, tantos detalhes ignorados,
e então o tempo mostra a importância
daqueles recados deixados.

Artur César
domingo 10/04/2011  13:35

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Um Manifesto Interno (Desmotivado)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


imagem:el_capitan - Yuta Onoda

Por mais que ajude algumas pessoas com a minha filosofia, com meu modo de ver o mundo e as pessoas, as vezes eu não posso evitar que no ambiente em que me encontro, o baixo astral impere, apesar do meu bom humor (quase sempre), não estou imune de ficar com a auto-estima em baixa, de ficar melancólico, de as vezes querer descarregar meu humor negro no mundo e em algumas pessoas! Muito pelo contrario isso vem a doses cavalares, que as vezes eu mesmo não me suporto e utilizo de distrações, para uma fuga de mim, de meus pensamentos, como por exemplo, os livros, a internet, a cerveja, e algumas porcarias musicais, justamente pra não pensar no quanto essa realidade esta sendo tão densa pra mim! Esse é um lado que não mostro muito pra ninguém, que transporto pro papel e ali eu deixo sem cutucar com vara curta. 
Sentir, essa palavra sempre teve um significado tão grande pra mim, que na atual fase tem sido tão pesada. Sinto o peso da compaixão, de olhares alheios que analisam "clinicamente" a minha condição de ferido, camuflo com destreza, mas isso me aniquila por dentro.
Mais que o fator físico que me atrapalha hoje, me impondo nessas condições de servidão mais profunda do que de costume, o meu equilíbrio psicologico, parece que também entrou numas de atraiçoar-me. Eu não esperava que o fator psicológico fosse tão difícil como esta sendo, medos e incertezas que tirava de letra, estão me acompanhando cada vez que abro os olhos para um novo dia, fazendo-me evitar olhar no espelho e enxergar somente que a minha barba esta crescendo, que meu cabelo esta crescendo e que junto, cresce também a minha angustia, e um anseio de querer voltar a minha vida ativa de antes. Me culpo tanto por ter tido a chance de evitar tantas coisas, tantos excessos, que  enxergo agora, com os resultados apurados da minha conduta errônea.  
Os arrependimentos, consequência dos erros, existem e talvez seja deles que tire as forças que tenho agora, pra minha vontade, meu desejo de mudanças internas, de exigir um novo "eu", aquele, que abandonei em algum canto por ai!

E o que esta me restando agora também, é sentir saudades, muitas, não de ninguém especificamente (por hora), mas de mim mesmo,  de sentimentos que habitavam esse ser que se julgava tão leve em princípios, simples em atitudes, despido de culpas! Saudades de poder dizer coisas belas, de formar frases que encantavam a mim mesmo, sem medo de parecer patético, ou tão pouco ridículo no meu lirismo muitas vezes exacerbado, confesso. Não como agora que muitas coisas que componho, são versos que amargam ao serem relidos, mas que tem a sua importância, em minha fonte de inspiração!
Ao contrario do que de costume, meus pesadelos por hora, se dão ao dia, acordado, pois é no cair da noite, mais por volta da meia noite, longe de olhares e longe de tudo, no meu infinito particular, que posso degustar um pouco do que é, estar normal, e menos desmotivado!  







Miles Davis - Round Midnight

domingo, 11 de setembro de 2011

Fragmentos Memoráveis II

domingo, 11 de setembro de 2011
Mais um poeminha, "meio sujo"
Imagem - Carne Griffiths


Querendo de volta tudo que tive,
mas nunca foi meu,
saudades dos meus sentimentos,
vontade de querer te, não querendo.

Hoje entre milhares de estranhos, faz falta
a troca dos nossos olhares provocantes,
que não tenho mais dos seus olhos castanhos.

A saudade já virou plural,
quando vejo que a vontade que vem
de mim, já se tornou dual.

Aquela voz que trazia o beijo, 
que marcava o gosto,
que inspirava em cheiro, 
que levava ao toque,
que me arremetia a loucura
e que colhíamos em gozo.

Hoje não me contento com o casual,
acendemos naqueles tempos, volúpias
e impeto, por razão qual?
Se bem me lembro foi pela maciez
e o tamanho do meu...

Tempestuosa era a cama,
onduladas pelos lençóis,
denso, com meu eu sozinho agora,
querendo o que não mais me pertence
imaginando ter de volta o que talvez nunca tive.

Artur César
05/01/2011 21:49pm

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Fragmentos Memoráveis I

segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Um  "poeminha" meu sem muitas pretensões, apenas para constar alguns fragmentos memoráveis! Inspirações que tiramos dos sentidos, e claro, da "cama"!


Wesley Duke Lee


Em uma madrugada qualquer
sem hora marcada, ou ligações planejadas,
velhos novos arrepios sussurrados no ouvido,
deixando em restos, a saudade,
nostálgico prelúdios de nossos encontros,
quando a sedução era nossa arte.

Embalados em livros e taças de vinho,
fantasiando a meia luz,
de tema aquele sofisticado ritmo
enfeitiçados pelos olhos,exaltando os sentidos.

Ela esta onde eu termino, estou onde ela começa,
cumplicidade que nos favorece,
nessas madrugadas que simplesmente
não cabem culpas, nem as minhas nem as dela,
apenas dois iguais em suas tórridas procuras.

Desejos que ardem, num calor que se espalha,

gozar nada sereno, capazes de tirar o folego de tão intensos,
da voracidade, o impeto que nos deixa marcados,
ela e minha envolvente tentação
e eu seu adorável pecado



Artur César - 27/10/2010 
 
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